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Câncer De Próstata

Câncer De Próstata

O câncer começa quando as células normais da próstata mudam e crescem de forma incontrolável, formando uma massa chamada tumor. Um tumor pode ser benigno (Hiperplasia Prostática Benigna) ou maligno (Neoplasia Prostática, o que significa que pode se espalhar para outras partes do corpo).

Estatísticas
O câncer de próstata (CAP) é o câncer mais comum entre os homens. Em 2010, cerca de 217.000 homens foram diagnosticados com câncer de próstata nos Estados Unidos. Estima-se que 32.000 mortes ocorreram nesse ano devido a essa doença. Um a cada 6 homens desenvolverá essa patologia ao longo da vida, principalmente após os 60 anos.

O CAP é a segunda principal causa de morte por câncer em homens. Embora o número de mortes por essa doença esteja em declínio entre todos os homens, a taxa de morte continua a ser duas vezes mais elevada nos homens negros do que em homens brancos.

Fatores de Risco e Prevenção
Fator de risco é algo que aumenta a chance de uma pessoa desenvolver uma doença, incluindo o câncer. Alguns fatores de risco podem ser controlados, como o tabagismo, outros não, tais como idade e histórico familiar. Embora os fatores de risco possam influenciar no desenvolvimento do câncer, algumas pessoas nunca desenvolverão a doença, enquanto que outros, sem fatores de risco conhecidos poderão ser acometidos. Porém conhecendo os fatores de risco, podemos diminuir a chance de desenvolver a doença através de medidas preventivas.

A causa exata do CAP é ainda desconhecida, no entanto alguns fatores podem estar relacionados ao surgimento da doença.

Idade: O risco de CAP aumenta com a idade, sendo mais frequente depois dos 50 anos. Mais de 80% dos CAP são diagnosticados em homens com 60 anos ou mais.

Raça / Etnia: Homens afro-americanos tem maior risco para o CAP do que homens brancos. Eles são mais suscetíveis de desenvolver CAP em idade precoce e tumores mais agressivos. As razões precisas para essas diferenças são desconhecidas, mas provavelmente envolvem fatores biológicos e socioeconômicos. Alguns cientistas acreditam a dieta rica em gordura na comunidade Afro-americana, pode ser um fator que explique essa situação.

História Familiar: Um homem que tem um pai ou irmão com câncer de próstata tem maior risco de desenvolver a doença. Os investigadores descobriram genes específicos que podem estar associados com CAP, no entanto, 85% dos casos são esporádicos (sem história familiar).

Dieta: Algumas dicas podem ser uteis.

  • Uma dieta rica em gordura, especialmente gordura animal, podem aumentar o risco de CAP.
  • Uma dieta rica em vegetais, frutas e legumes (feijão e ervilha) pode diminuir risco de CAP. O Licopeno, encontrado no tomate, goiaba, melancia e outros vegetais vêm perdendo seu valor na prevenção desta doença em estudos publicados nos últimos anos.
  • Selênio, elemento encontrado em pequenas quantidades na alimentação, e a vitamina E foram testados para saber se um ou ambos podem reduzir o risco de câncer de próstata. Contudo, em um ensaio clínico (estudo de uma pesquisa envolvendo pessoas) com mais de 35.000 homens chamado de SELECT descobriu que o selênio e a vitamina E, tomados isoladamente ou em conjunto por uma média de cinco anos não impediu o CAP e pode até causar alguns danos. Em função disso o Instituto Nacional do Câncer Americano suspendeu o estudo SELECT. Os homens devem falar com seu médico antes de tomar suplementos de selênio e vitamina E para prevenir o CAP.

Hormônios e quimioprevenção. Altos níveis de testosterona (hormônio sexual masculino) podem acelerar o desenvolvimento de CAP. Uma classe de medicamentos chamada de inibidores da enzima 5 alfa-redutase que incluem a Finasterida e a Dutasterida podem reduzir o risco de um homem desenvolver CAP. Em ensaios clínicos, as duas drogas reduziram o risco de CAP. Entretanto, esses medicamentos ainda não foram aprovados para uso com intenção de prevenção pelo Food and Drug Administration (FDA). O uso de estatinas (medicação para reduzir o colesterol) tem sido relacionado a diminuição da incidência do CAP, portanto indivíduos que possuem colesterol elevado devem ser estimulados a fazer uso dessas medicações.

Prevenção (Rastreamento) do Câncer da próstata
A triagem para CAP é feita para encontrar evidências de câncer em homens saudáveis. Dois testes são usados para identificar o CAP: o Antígeno Prostático Específico (PSA) e o Toque Retal (exame em que o médico identificará a presença de irregularidades ou nódulos endurecidos na próstata).

O PSA não é um exame específico para CAP, mas sim para doenças da próstata, sendo assim, é possível encontrar alterações desse exame em situações de processos benignos, inflamatórios e infecciosos.

Ao contrário de outros tipos de câncer, o CAP cresce lentamente. Em muitos homens tão devagar que não ameaça sua vida, mesmo quando não tratada. Por este motivo, médicos podem aconselhar uma orientação mais conservadora em determinadas situações, evitando tratamentos desnecessários.

Sintomas
Frequentemente o CAP é identificado por alterações no Toque Retal ou pela elevação dos níveis de PSA. Eventualmente esses tumores apresentam sintomas que são inespecíficos, e podem representar outras doenças do trato urinário inferior.

Se você está preocupado com algum sintoma citado abaixo, por favor, fale com seu médico.

  • Micção freqüente, durante o dia e a noite;
  • Fluxo urinário fraco ou interrompido;
  • Hematúria (sangue na urina);
  • Hematospermia (sangue no fluido seminal);
  • Dor ou dificuldade para iniciar a micção

Se o câncer se espalhou além da próstata, um homem pode experimentar:

  • Dores nas costas, quadris, coxas, ombros, ou de outros ossos;
  • Perda de peso inexplicada;
  • Fadiga.

Diagnóstico
Teste de PSA: O PSA é uma proteína liberada pelo tecido da próstata. Ela pode estar elevada no CAP, na hiperplasia prostática benigna ou na inflamação da próstata. Os médicos usam recursos no valor de PSA, como no nível absoluto, na mudança ao longo do tempo, no nível em relação ao tamanho da próstata e na estratificação entre PSA Livre e Total para determinar se uma biópsia é necessária.

Toque Retal: Este teste é usado para encontrar irregularidades na próstata. Cerca de 40-50% das vezes é neste exame que o urologista identificará uma suspeita para o CAP. Na maioria das vezes a neoplasia prostática encontra-se na periferia da glândula, região essa que é examinada no toque retal.

Ultra-Sonografia Transretal (USTR) com Biópsia: Este exame é indicado quando há suspeita da presença do câncer. É realizado sob sedação, e consiste na introdução de uma sonda através do reto, que avaliará áreas suspeitas e guiará as biópsias. A biópsia é a remoção de uma pequena quantidade de tecido para exame sob um microscópio. Outros exames podem sugerir que o câncer está presente, mas só uma biópsia pode fazer um diagnóstico definitivo. A amostra que foi removida com a biópsia é analisada por um patologista (médico especializado na interpretação e na avaliação de células, tecidos e órgãos para diagnosticar a doença). A biópsia além de revelar a presença ou não do CAP identifiçará a agressividade dessa doença através de uma graduação chamada de Gleason. O grau de Gleason varia de 2 a 10, sendo que o tumores com grau maior que 7 são considerados os mais graves. Ë importante ressaltar que o Gleason revela agressividade do câncer e não o seu volume.

Para determinar se o câncer se espalhou além da próstata, os médicos podem realizar os testes de imagem a seguir:

Cintilografia Óssea: Avaliação dos ossos de todo o corpo através de um marcador radioativo que é injetado na veia do paciente e analisado por uma câmara especial. O objetivo é identificar a presença de metástases ósseas.

A Tomografia Computadorizada (TC): A TC cria uma imagem do interior do corpo com uma máquina de raios-x. Um computador então combina as imagens em uma detalhada, visão transversal que mostra todas as anomalias ou tumores. Às vezes, um meio de contraste (uma tintura especial) é injetado em uma veia do paciente para proporcionar maior detalhes. O objetivo desse exame é avaliar a relação do tumor com órgãos adjacentes e a possibilidade de envolvimento dos linfonodos (ínguas) pélvicos.

A Ressonância Magnética Nuclear (RMN): Uma ressonância magnética utiliza campos magnéticos, e não raios-x, para produzir imagens detalhadas do corpo. Esse exame pode ser realizado com ajuda de uma bobina endoretal para ajudar na avaliação do envolvimento das vesículas seminais.

Tratamento
O tratamento do CAP depende do valor de PSA, da sua agressividade(grau de Gleason), de sua extensão e das características gerais do paciente, como idade e comorbidades. Em vários casos, uma equipe de médicos vai trabalhar com o paciente para determinar o melhor plano de tratamento.

É importante discutir as metas e os possíveis efeitos colaterais do tratamento antes de iniciá-lo. Devem ser esclarecidos aspectos sobre falha do tratamento escolhido, sobrevivência e qualidade de vida. Em adição, o sucesso de qualquer tratamento, muitas vezes depende da habilidade e experiência do médico ou cirurgião, por isso é importante encontrar serviços médicos com vivência na terapia do CAP.

As principais alternativas de tratamento são:

Cirurgia
A cirurgia é usada para curar o câncer antes que ele se espalhe para fora da próstata. O urologista é um médico especializado no tratamento do câncer através de cirurgia.

Prostatectomia Radical: É a cirurgia que envolve a remoção da próstata, das vesículas seminais e dos gânglios linfáticos na região pélvica. Esta operação tem o risco de interferir com a potência sexual e na capacidade de conter a urina. O risco de evoluir com impotência sexual depende do tamanho do tumor, da idade do paciente e da técnica cirúrgica. De forma geral 30 a 60% enfrentarão alguma dificuldade de ereção no pós-operatório da cirurgia. Em relação à incontinência urinária (perda da capacidade de segurar a urina) os riscos são baixos (2 a 5% dos pacientes serão acometidos).

Esta cirurgia pode ser realizada pelo método de cirurgia aberta, por laparoscopia ou por robótica. A literatura médica não consegue demonstrar de forma clara vantagens de um método sobre o outro. Atualmente a cirurgia aberta e a robótica têm sido mais realizadas. A cirurgia laparoscópica perdeu campo para a cirurgia robótica. Em muitos centros esta cirurgia é realizada através de anestesia peridural, sem necessidade de entubação endotraqueal.

Radioterapia
A radioterapia consiste na utilização de raios de alta energia para matar células cancerosas. A radioterapia pode ser administrada externamente, chamada terapia de radiação externa, em que é dado a partir de uma máquina fora do corpo, ou internamente, onde uma substância radioativa é colocada dentro da próstata, junto ao tumor. Um médico que se especializa em radiação para tratar o câncer é chamado radioterapeuta. A radioterapia pode ser útil em todos os estágios do câncer localizado. É também utilizado para aliviar os sintomas, como dor, em pacientes com câncer avançado ou metastático. Vários tratamentos ou ‘frações’ podem ser necessários.

Terapia com radiação externa do feixe: A terapia com radiação externa do feixe incide radiação sobre a área afetada. Alguns centros de tratamento usam a terapia de radiação conformal, onde os computadores ajudam na localização do câncer reduzindo a exposição para os tecidos saudáveis ao redor do tumor, concentrando a dose maior na área tumoral.

Radioterapia de Intensidade Modulada (IMRT): A IMRT é uma forma tri-dimensional que permite o emprego de altas doses de irradiação sem prejudicar os órgãos próximos.

Braquiterapia: A braquiterapia envolve a inserção das fontes radioativas diretamente na próstata. Essas fontes (chamadas de sementes) emitem radiação localizada e podem ser utilizados durante horas (alta taxa de dose), ou por semana (baixa taxa de dose). Na baixa taxa de dose as sementes são deixadas na próstata de forma permanente.

A radioterapia pode causar efeitos colaterais como diarréia, desconforto ou ardor retal, aumento da freqüência urinária e urgência miccional, fadiga e impotência.

A vigilância ativa (observação)
Se um CAP está em uma fase inicial com pequeno volume, baixa agressividade e PSA baixo, seu urologista pode considerar apenas a observação, também chamada vigilância ativa. O câncer é monitorado de perto com o teste de PSA, toque retal e repetição de biópsias. O tratamento começaria apenas quando o tumor mostrar sinais de progressão. No entanto, cuidado real deve ser tomado para não cometer erros de juízo sobre a doença. Apenas 6 a 10% dos pacientes com câncer de próstata podem ser submetidos a essa forma de tratamento. Em outras palavras, os médicos devem recolher o máximo de informação possível da doença e da expectativa de vida do paciente, para que não se perca a chance de tratar curativamente essa neoplasia. Quando bem selecionado o caso, a chance de permanecer sem tratamento por cinco anos é em torno de 50%. O raciocínio nessa abordagem é retardar o tratamento, preservando a qualidade de vida, e evitando os efeitos colaterais do tratamento cirúrgico ou radioterápico.

Terapia hormonal
O crescimento do CAP é impulsionado pelos hormônios sexuais masculinos conhecidos como andrógenos. A redução dos níveis desses hormônios podem ajudar a retardar o crescimento do câncer. O tratamento hormonal também é chamado de ablação de andrógenos ou terapia da privação do andrógeno. A produção de testosterona pode ser reduzida cirurgicamente, com a castração cirúrgica (remoção dos testículos), ou com drogas que diminuam a função dos testículos.

A terapia hormonal é usada para tratar câncer de próstata quando o tratamento curativo falha, ou quando a doença é diagnosticada em fase avançada. Mais recentemente, a terapia hormonal também tem sido utilizada junto com a terapia de radiação para homens com câncer em um maior risco de recorrência. Em alguns homens, a terapêutica hormonal será usada primeiro para encolher o tumor antes da radioterapia ou cirurgia.

Tradicionalmente, a terapêutica hormonal é utilizada para controlar o câncer. Quando isso não acontece, a quimioterapia pode ser considerada.

 

Fonte: Equipe Médica Urologia Curitiba